sexta-feira, 22 de julho de 2011

018_Enfermaria 204_Cutuvelada sengundo Murphy

Depois da cena de Mister M, as probabilidades da poderosa e inexorável Lei Murphy se manifestar era de 1000 em 1, isso mesmo, mil chances de se manifestar contra uma de não acontecer.


Percebo Murphy e Merda tem as mesmas iniciais.


Mindinho, foi o apelido dado ao motorista de 132 quilos bem pesados e socados.


Gozador, brincalhão, sempre de bom humor.


Vamos dizer que bebeu um pouco mais, saiu de casa para "ir ali no Zezinho, 100 metros, quase na esquina"! 


E a esquina ficou mais longe, só de sacanagem. Imaginem que a  rua esticou quase 12 esquinas, o poste saltou na frente do carro, só de sacanagem, "parecia um bailarino dançando lambada" ele nos dizia. E o muro. O muro fez um zigue-zague e pulou na frente dele "acho que ele se assustou com o poste".


Bem, braço e ombro lesionados com gravidade, o pé ficou preso nas ferragens, quase foi amputado.


Assim, de pé e braço imobilizados, depois de toda a quela merda asquerosa, fétida e espalhada, escorrida, lavada e lembrada, com chão molhado mindinho teve vontade de ir ao banheiro.


- Sentaí, porra!!!


- Mano não dá, ta foda, vou molhar o lençol e a Osaminha - outro dos apelidos da nazistóide da enfermeira - não ganha pra limpar isso!


Silêncio total. Essa triste verdade nos deixava preocupados, Ainda pouco merda no chão. Agora xixi no lençol. Não era uma boa combinação.


Mister M só resmungava!


Mindinho pede muleta, pede para acender a luz. Levanta.


- Caralho. Vai dar merda isso. 


Gritam pega o "consolo"!


Entre milhões de risadas, as duas da manhã, seguidas de reclamações das outras enfermarias, tivemos um minuto de cultura.


- É "comadre" aquele pote com buraco para colocar o pau, é comadre, consolo é para... longa explicação desnecessária aqui.


Levando-se em conta que ninguém usava aquilo, além de que aquela sugestiva peça estava lá jogada no banheiro, quem se atreveria a usar?


- Bom, vai lá, mas vai com cuidado, olha esse chão molhado.


Lei de Murphy.


Mindinho levanta pulando igual saci, perde o equilíbrio.


Desespero total. Gritos, tentativas de ajuda.


Mas Mindinho era safo, esperto, muito ágil, claro que não muito, limitado pelo peso, gesso na perna e ombros.


Enquanto caia, rapidamente se atira para apoiar-se na cama ao lado, que agora era de frente.


Um grito indescritível corta o ar.


Era o cotovelo acertando o saco do Zé.


Lei de Murphy.


- Quem vai lá massagear?


- Porra tu pesa pra caralho! Não consigo te levantar.



- Vai ter que fazer "boca a boca" , disse o mesmo que pediu o "Consolo"


- Não, é boca a pau ou chupada mesmo!


Finalmente nossa enfermeira zelosa e nazista chegou. O socorro chegava. Nada. Foi só esporro, um pedido e uma ameaça:


- São quase tres horas da manhã e essa bangunça. Por favor meu quarto de descanso é aqui do lado e eu nem consigo dormir. Silêncio. se não vocês vão ver.


Virou-se, apagou a luz e sumiu, com passos rápidos.


Com medo de que ela voltasse para nos torturar, decidimos dormir.


Uma risada aqui, outra ali.


Passara-se mais uma noite .


E amanhã?





Um comentário:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

    MUITO BOM!!

    Ser operado não é tão ruim assim pelo visto. Tirando a parte do piercing interno...

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