quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

011_Enfermaria 204_ O Medo

Ao lado do senhor W, estava o Sr. X nordestino.

Eu nunca o vi recebendo visitas. Isso me compadecia. Sua defesa era dormir nos horários de visita. Seus exames de risco cirúrgico não indicavam as condições adequadas para sua cirurgia na perna.

De novo o famoso fêmur, partido quase no meio. Fazia exatamente o contrário do Sr. W, procurando ficar imóvel, com medo do escuro, pedia para deixarmos a luz acessa, sem expressar-se corretamente, rabugento em alguns momentos, ficava lá fazendo palavras cruzadas.

Tomava seu banho sozinho, indo também ao banheiro.

Na hora de se mexer, de se exercitar era só grito, mesmo com Dr Thiago dizendo “paciente meu não sai daqui aleijado não, vamos lá, preciso que você coopere” era uma tentativa correta e cinco erradas.

Ele reconhecia os esforços do Dr. Thiago, mas dizia que "algo dentro dele não dava para fazer as coisas, não era medo, mas ele não sabia dizer o que era".

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